Aos sete meses de gravidez a Luísa perdeu sua mãe, que lutava contra um câncer. Apesar da dor da partida precoce da Dina, ela conseguiu ressignificar seu luto com a chegada da Luz, sua filhinha.
A Luísa é baiana, mas estava morando em São Paulo quando seu pai liga para ela falando que sua mãe havia passado mal. Um tempo depois ela se viu de volta à Bahia para visitar e acompanhar de perto dona Dina, que descobriria nessa época um câncer em estado avançado.
Acompanhar sua mãe nesse período turbulento era algo que mexia bastante com a Luísa. Para ela, a morte estava rondando a família nesses meses. Tudo ficou ainda mais agitado quando ela descobre uma gravidez inesperada, que foi acolhida e abraçada por todos porque, inconscientemente, a família precisava de vida!
Ainda que a gravidez tenha trazido muito conforto para a família, a Luísa não viveu boa parte desse momento tão marcante na vida de uma mulher. Toda sua atenção estava voltada para sua mãe que vinha piorando com o tempo. Até que aos sete meses de gestação, ela parte da forma mais bonita possível.
Luísa já tinha ido visitar dona Dina por recomendação da médica que estava cuidando dela, e quando seu pai estava lá de acompanhante, ele decidiu mostrar uma música feita por um amigo da família, o Renan, para uma outra amiga que estava de visitante no hospital.
Essa música escrita pelo Renan foi feita especialmente para esse momento de chegada da Luz, filha da Luísa, e da partida da dona Dina. A letra da música fala justamente sobre o medo da família de que Dina não conhecesse a neta. "Luz já está entre nós / Pode ouvir nossa voz". Para ouvi-la completa, acesse open.spotify.com/track/37Au9DgSaneLShpQevRUVi?si=7cb01f881b0e448b
Assim que a música que tocava no quarto do hospital acabou, o pai da Luísa e a amiga acompanhante perceberam que Dina havia partido. Ela partiu sabendo que sua neta, Luz, estava presente, mesmo ainda não tendo nascido.
Dois meses depois, Luz vem ao mundo para trazer luz para toda a família da Luísa, que ainda estava muito dolorida com a partida de Dina. Mas a nenê veio ressignificar a perda.
Hoje, Luísa vê nos trejeitos, nos olhares, nas feições da filha tudo aquilo que sua mãe foi um dia, e sabe que, onde quer que ela esteja, está feliz por ter criado uma família tão linda.
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