Aos 18 anos a Ana teve sua vida inteira revirada do avesso por conta de uma cirurgia de emergência, que levou ela a usar bolsa de colostomia por oito meses e com cicatrizes que marcam seu corpo para sempre.
A Ana foi para o hospital com muita dor no abdome e lá descobriu que estava com apendicite. O problema é que sua cirurgia demorou para acontecer e seu apêndice rompeu e começou ali uma infecção generalizada que afetou principalmente seu intestino.
Sem muitas opções, os médicos optaram por tirar parte do intestino da Ana e deixá-la com uma bolsa de colostomia presa a si. Todas as decisões foram feitas na urgência e a menina, que só tinha 18 anos, foi saber quando acordou.
Para ela foi um choque acordar e ver parte do seu intestino para fora e preso à uma bolsa. Ela nem sabia o que era aquilo e o choque a fez entrar em depressão. A Ana que trabalhava, estudava e tinha uma vida bastante ativa agora estava 24h dentro de casa, sem coragem de sair e com vergonha do seu próprio corpo.
Isso tudo porque uma pessoa ostomizada não tem controle das suas fezes, e sempre tem que ficar de olho para fazer a higienização da bolsa de colostomia. Como a Ana trabalhava com público e um acidente poderia acontecer, ela decidiu então não voltar mais ao trabalho.
Oito meses depois, ela se livra daquilo que a prendia em casa mas carregava em seu corpo as marcas de todo aquele momento difícil. Lidar com as cicatrizes também foi bastante doloroso para a Ana, que encontrou nas redes sociais o acolhimento que não tinha. No Instagram ela encontrou outras mulheres, cada uma com o seu porquê, que também eram ostomizadas e tinham grandes cicatrizes em seu corpo.
Inspirada por essas mulheres ela grava um vídeo para suas redes falando sobre todo seu processo. Ao se ouvir, ela entendeu que tudo aquilo que ela passou foi difícil, claro, mas não a fazia menor. Nem suas cicatrizes a diminuíam como a mulher forte, bonita que ela é, nem a bolsa de colostomia que ela teve que usar.
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