Tv Colosso Roberval O Ladrao De Chocolates1

Programa infantojuvenil estrelado por bonecos, que alterna quadros com exibição de desenhos animados. O cast de bonecos é composto por 28 fantoches, sendo 25 cachorros e três pulgas.

TV Colosso foi um programa infantil de televisão brasileiro que substituiu o Show do Mallandro na TV Globo. O programa foi exibido entre 19 de abril de 1993 a 3 de janeiro de 1997. Criado e dirigido por Luiz Ferré, Beto Dorneles e Boninho, o programa era protagonizado por bonecos caracterizados como cães, simulando todas as instâncias de uma emissora de TV; do presidente ao office-boy.

Havia a protagonista sheepdog, Priscila; o operador, Borges, um bulldog que era o diretor de imagem e ficava na cabine de controle da programação chamando os desenhos animados que complementavam a programação da TV Colosso. Aos sábados, era exibido um compacto com os melhores momentos da semana. A partir de 4 de junho de 1994, com a estreia de Xuxa Park, TV Colosso deixou de ser exibida aos sábados. Em janeiro de 1995, os horários das manhãs na Globo passaram a ser divididos entre TV Colosso e Xuxa Park.[1]

Como o programa era exibido de manhã e terminava por volta de meio-dia, na hora do almoço, um desses bonecos, vestido como chef, berrava com sotaque francês: Atention, tá na horrra de matarr a fomê, tá na mêss pessoaaaaal e era atropelado pelos outros, em louca disparada, que gritavam em dissonância "Até amanhã! Até amanhã!" terminando o programa.

O programa teve sua última exibição no dia 3 de janeiro de 1997, cedendo o horário aos programas Angel Mix e Caça Talentos, comandados por Angélica, que tiveram sua duração ampliada.

Personagens

O humor do programa, às vezes, não era tão infantil, pois havia frequentes referências ao "universo adulto" em meio aos bonecos, brincadeiras e piadas. Segundo o codiretor do programa Mário Meirelles, o programa utilizava uma linguagem cinematográfica e sutilezas criativas das sitcoms norte-americanas, o que facilitou o apelo do programa e dos personagens ao público adulto e adolescente. Havia, por exemplo, o apresentador do jornal Walter Gate, numa referência ao caso Watergate. No jornal havia ainda uma cadelinha do tempo, o diretor da TV chamado JF e o Capachildo Capachão, seu assistente puxa-saco, além das pulgas que ficavam sabotando a programação dentro dos circuitos eletrônicos. Ferré criou a protagonista Priscila, tendo como inspiração suas 3 amigas produtoras: o nome foi retirado de uma delas, o modo de caminhar da outra e os chiliques da última.[2]

Alguns dos programas apresentados pela TV Colosso eram paródias dos programas da Rede Globo e de outras emissoras e foram o noticiário "Jornal Colossal", sátira do Jornal Nacional; o "Clip-cão", paródia do Clip Clip, com o apresentador Thunderdog, um sósia canino do então VJ da MTV Thunderbird; a novela mexicana "Pedigree", "Os Vegetais não Mentem", "A Princesa Pirata" e outras cópias caninas das novelas da TV Globo; o seriado "As Aventuras do Super-Cão", remetendo ao seriado norte-americano As Aventuras do Superman exibido na época pela própria Globo; as "Olimpíadas de Cachorro", versão canina do Globo Esporte e Esporte Espetacular; e os programas do cachorro contador de histórias Jaca Paladium: o "Acredite Se Puder" e "Selvagem Mundo Animal" com os maiores absurdos da história satirizando respectivamente os programas "Acredite se quiser", famoso nos anos 80, "Mundo Animal" e as revistas eletrônicas da própria Globo como Globo Repórter e Fantástico. Até o Você Decide foi vítima de paródias caninas como "Você Escolhe". Para completar, "Priscila Superstar", "Capashow" e "Com a Pulga Atrás da Orelha" remetiam aos programas de auditório e variedades da Globo como Domingão do Faustão, TV Mulher e os programas da Xuxa.

Produção

A criação do programa esteve a cargo do gaúcho Luiz Ferré e de Beto Dornelles do Grupo Criadores e Criaturas/Cem Modos, com o apoio dos redatores Valério Campos e Toninho Neves que já trabalhavam com o grupo há muito tempo. Também participaram do programa cartunistas Angeli, Laerte, Glauco, Luiz Gê, Fernando Gonsales, Newton Foot, Gilmar Rodrigues, Adão Iturrusgarai, Flávio Luiz etc. Luiz Fernando Veríssimo também tinha feito roteiros para o programa, mas nunca foi oficialmente creditado. Ferré fazia cinema e quadrinhos antes da Globo convidá-lo para criar um substituto para o Xou da Xuxa em 1992, e em troca teve a ideia de um programa estrelado por personagens-bonecos antropomórficos.[3]

Ferré lembrou que a Globo lhe deu liberdade total de criação: "Uma vez aprovado o projeto, tive carta branca." A equipe do programa estudou confeccionar os bonecos no Centro de Tecnologia Aplicada da Rede Globo (Cetap), importar os bonecos e seus fabricantes estrangeiros ou terceirizar o processo de criação para a empresa Inventiva Bonecos e Cenários em Porto Alegre. O projeto do programa acabou sendo desenvolvido na conexão Porto Alegre (para onde a Globo enviou uma unidade técnica), São Paulo (onde Ferré mora e trabalha), Rio de Janeiro .