A história da Adriana começa com duas irmãs que apoiaram uma à outra sem restrições. Foi assim que ela descobriu que sua tia, na verdade, era sua mãe biológica; e sua mãe adotiva, era a sua tia biológica.
Pra quem é pego desprevenido, a árvore genealógica da Adri pode confundir, mas é simples de entender! Sua mãe biológica engravidou pela primeira vez, foi expulsa de casa e foi morar com o pai da criança e a sogra. Um tempo depois, ele foi preso e a mãe da Adriana engravidou dela, mas de outro rapaz.
Como ela ainda era casada, escondeu a gravidez como pôde: enfaixou a barriga, usava roupas largas e não contou pra ninguém com medo de algo ruim acontecer a ela e à criança. Quando ela foi chegando nos últimos momentos da gravidez, decidiu contar para sua irmã, tia biológica da nenê que estava para nascer.
Tentando contornar a situação, as duas irmãs conseguiram encontrar um casal de advogados de São Paulo para adotar o bebê assim que ele nascesse. Mas o dia do parto caiu num feriado, esse casal não estava na cidade e o plano desandou.
Foi aí que a tia biológica da Adriana decidiu levá-la para casa como filha. Sem opção e sem como dizer não porque temia por sua integridade física e da criança, a mãe biológica aceitou. E foi assim que a mãe virou tia, e a tia virou mãe.
Três dias depois desse episódio, a mãe biológica foge para o Rio de Janeiro deixando marido, sogra e sua primeira filha. Ninguém sabia do seu paradeiro, mas sua irmã ainda mantinha contato com ela por telefone.
A Adriana cresceu sabendo que era adotada, mas não quem era sua mãe biológica. O contato com sua "tia" também existia, mas ela só foi saber que ela era sua mãe biológica muitos anos depois. Apesar da surpresa, ela amou saber de toda essa história, que foi guardada a sete chaves pelas duas irmãs por amor e respeito mútuo.
Ela entende porque sua mãe biológica teve que deixá-la para trás e vê isso como um ato de muito amor. Sem mágoas e sem rancor, ela encara tudo isso como uma história que deu muito certo, já que ela teve o amor de duas mães. Uma que a gerou, e a outra que cuidou.
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