10 Licoes Que Eu Aprendi Com The Batman

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Em The Batman, Bruce Wayne ainda é jovem e só assumiu o manto do morcego há meros dois anos. Ele anda por Gotham em meio às sombras, atento ao sinal que brilha no céu quando há algo acontecendo na cidade. Jovem e melancólico, dá até para dizer que Bruce é ligeiramente desajeitado quando em público, parecendo muito mais à vontade e confortável por trás da máscara do morcego, com os olhos pintados de preto, e combatendo o crime, do que circulando pela alta sociedade de Gotham. Sua melancolia é resultado do trauma que o assombra desde criança, quando perdeu os pais, e a difícil cruzada pessoal que definiu como prioridade: proteger Gotham mesmo que às custas de sua própria vida. Bruce Wayne rejeita tudo o que é pessoal e que requer vínculos, relacionando-se de maneira inábil com Alfred (Andy Serkis), que o criou, e o tenente da polícia de Gotham, James Gordon (Jeffrey Wright).

Gotham nunca foi uma cidade modelo, mas as coisas começam a piorar quando figuras políticas importantes são assassinadas de maneiras tétricas com pistas sendo deixadas em bilhetes endereçados ao Batman. Charada (Paul Dano), o serial killer sádico por trás de todas as cenas e jogos macabros, força Batman a iniciar uma caçada que o levará para os recônditos do crime na cidade, investigando a corrupção oculta a olhos vistos. Tal investigação também fará com que Bruce remexa no passado da família, descobrindo esqueletos nos armários dos Wayne e dos Arkham, fazendo com que ele questione até que ponto vai o envolvimento de seus pais no mundo das propinas e dos crimes que existem nas sombras de Gotham.

Ainda que, de maneira geral, eu não ache que filmes precisem ter quase três horas de duração, a trama conduzida por Reeves e Craig desliza pelos minutos quase sem se fazer sentir. O enredo que se desenrola com as investigações de Bruce, tentando rastrear o serial killer antes que uma nova vítima surja, evoca os melhores filmes do gênero e o tempo de filme é até plausível, levando-se em consideração como a trama se sobrepõe e se reinventa a cada momento, há sempre alguma coisa acontecendo, uma nova pista, uma nova questão. É possível perceber como Matt Reeves bebeu da fonte de produções como Seven (1995) e Zodíaco (2007) para se inspirar, imprimindo um tom de urgência na investigação que precisa parar o criminoso antes que mais pessoas caiam em sua mira. E é acompanhando Batman e sua investigação que passeamos por uma Gotham cada vez mais decadente e que atua como um personagem à parte no filme — ela é enorme, urbana, escura, perigosa e barulhenta, mas também é a cidade que Bruce decidiu proteger às custas de si mesmo. Matt Reeves, inclusive, é muito bom em nos fazer ver os abismos que se perpetuam em Gotham e como a corrupção corrói todas as camadas da sociedade, para surpresa de um idôneo Gordon que se vê abismado com o que acontece dentro da própria polícia.

É nessa corrida desenfreada para rastrear o Charada que vemos Batman ser detetive, seguindo pistas, fazendo conexões e interrogando personagens que o levam a uma próxima etapa em sua jornada. O mistério que permeia The Batman não é muito complexo e imprevisível, mas é desenhado peça por peça para fazer com que a audiência explore ao lado do protagonista uma Gotham carcomida pelo caos. Dessa forma, conhecemos outras figuras emblemáticas das histórias do Homem-Morcego, tais como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e, claro, Selina Kyle (Zoë Kravitz). Mesmo que o filme seja indubitavelmente do Batman de Robert Pattinson, é indiscutível que todo o elenco se destaca em seus papéis. Colin Farrell, irreconhecível como Pinguim, é o mais caricato dos personagens, mas isso casa de maneira perfeita com a personalidade patética de um homem que se tem em alta conta, mas não passa de um paspalho. A Selina Kyle de Zoë Kravitz, enquanto isso, é um quebra-cabeça que intriga Bruce desde o primeiro momento em que seus caminhos se cruzam.

Nesse video trago a vocês 10 lições que eu aprendi com the batman.

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